Andei pensando… estou cansada desses assuntos de velhice, envelhecer assim ou assado. Beba isso, tome aquilo, evite… Um carrossel de coisas tonteando a gente. E se tem uma coisa que a gente não precisa agora é de tonteiras.
Quero viver a paz da tranquilidade, de não ter medo do que não se controla. Ser o que eu sempre quis e estar em lugares escolhidos.
Cada um vai ter os seus perrengues, suas dores, contratempos físicos ou emocionais. Mas isso é estar vivo! Então, podemos soltar as travas e viver. Escorrer pela vida com barulho e brilho, em forma de cachoeira, vertendo sempre, jorrando, se batendo, respingando, desenhando o caminho pela força da água – às vezes, até transbordando num lugar ou outro. Não se prendendo a nada além do acordo com a nossa felicidade.
Desenhar caminhos imprevistos no céu.
Voar longe e mais alto, feito uma pipa colorida, lampejante no ar, que brinca de fugir do vento. Leve e sem medo, ela risca o céu de caminhos não lineares, de bem com os ventos e suas lufadas imprevistas. Risadas no ar! Experimentar o que sempre quis, ser outra, uma que se arrisca na realização de um sonho.
Na velhice, agora eu penso: é imperativo gostar de si, cuidar de si com carinho igual a gente trata o outro a quem se ama. Se mimar um pouco, ou muito. Nós já andamos tanto, merecemos, e sabemos melhor do que antes, onde vale a pena gastar o tempo e energia que é só nosso.
Reencontrar a si mesma.
Já passou muito tempo, e o tempo só escassa. Como nunca antes, temos a oportunidade de voltar pra nós mesmos e fazer a nosso favor. Um reencontro com as vontades e os sonhos que nos esperam ansiosos pra acontecerem. Romper os saquinhos dos medos, das proibições. Esquecer a falta de apoio, de quem te empurrasse – ou te levasse pela mão. Se jogar!
O que nunca realizou, mas sempre quis.
O que falta na sua vida, aquilo que nunca realizou, mas sempre sonhou fazer? Aquilo que tantas vezes pensou, idealizou e deixou passar, ficou pra trás – porque “não era a hora certa”. Ou que simplesmente acabou de brotar na forma de uma nova inspiração.
Chega de adiar o alarme do relógio e deixar pra depois. Abra as gavetas, portas e janelas, vasculha nas caixas e bolsos dentro de ti, do teu passado. Vai lá e acha! Abraça teus sonhos, perdoa o medo que te direcionou pra outros lados. Escreve, dança, canta, estuda, planta, pinta!
Vai! Vai ser bom. E a gente merece. Você merece.