Aos 55 anos, eu me via 10 anos mais velha. Fazendo aplicações de botox e preenchimentos que mal duravam 1 ano, resolvi que era hora de fazer um lifting. Assim, em novembro de 2016, marquei a primeira consulta com um cirurgião plástico.
Decidida pelo procedimento, foquei na escolha do profissional en dediquei um bom tempo nessa pesquisa. Deu tudo certo e fiquei bem feliz com o resultado, mas nem tudo são flores nesse caminho. Conto aqui a minha experiência para ajudar interessadas(os) numa decisão mais segura e consciente.
A escolha do cirurgião plástico
O cuidado na escolha do cirurgião é primordial. Ninguém sem larga experiência e absolutamente confiável pode ser considerado aqui.
Eu queria um resultado sutil, um refresh no rosto, sem grandes “esticamentos”.
Meu cirurgião plástico foi tudo que eu esperava. Cheguei até ele por indicação e, mesmo assim, pesquisei bastante a história dele, especializações e atividades.
Na primeira consulta, conversamos bastante sobre minhas expectativas. Ele esclareceu minhas dúvidas e indicou a técnica que me atenderia melhor – um “mini lifting” – procedimento “pouco invasivo”, com ótimos resultados e rápida recuperação. Beleza!
O caminho até a cirurgia
Foram várias conversas e uma bateria de exames até a última consulta, antes da cirurgia. Nesse dia, recebi um documento que mencionava todos os problemas possíveis de acontecer (durante ou após o procedimento). Era para eu ler e assinar, dando o “de acordo”, isto é, um ok ao perigo de infecção, perda de uma parte da pele ou reação a anestesia.
Acontece que a gente quer muito o bom resultado e, no final, aposta que tudo vai dar certo!
Os riscos incluem:
- formação de hematomas
- necrose da pele
- quelóides (cicatrizes com caroços)
- pontos se abrirem
- infecções
- formação de seromas (acúmulo de líquido próximo à cicatriz e inflamação)
- lesões nervosas
- dano nas parótidas (glândulas salivares)
Tudo bem para você?
O dia da cirurgia
Eu estava surpreendentemente tranquila naquele dia. O cirurgião me buscou na sala onde eu esperava já vestida de avental, sapatilhas de tnt e touca. Me deu o braço e fomos conversando até a sala de cirurgia. Lá, ele me apresentou a equipe, recebi a anestesia e “apaguei”.
Acordei ainda grogue na sala de recuperação: a cabeça enrolada com bandagens, só meu rosto de fora. Senti o aparelho inflável pressionando e soltando as minhas pernas – para evitar uma trombose, outro risco desses procedimentos. Dormi.
No final da tarde, o médico veio me ver. Retirou as bandagens e examinou os pontos. Tudo estava bem e eu super animada!
Passei aquela noite no hospital com o aparelho de compressão anti-trombose por mais algumas horas. Na manhã seguinte, o médico me liberou.
Saí do hospital envolta numa echarpe e um óculos escuros enorme. Eu parecia uma espiã camuflada, mas devia ficar com as bandagens por mais 3 dias!
O meu pós-cirúrgico
Os primeiros 3 dias foram desconfortáveis. Eu não podia lavar o rosto nem os cabelos, tinha de dormir sentada na cama. Não podia deitar de lado, muito menos de bruços. Tomei injeções no abdômen contra trombose, aplicadas pelo meu marido, e medicação para dor.
No segundo dia em casa, fui até o consultório retirar as bandagens e ver o estado geral do procedimento. Novamente, me fantasiei de espiã e saí na rua.
Na consulta, vi que meus cabelos estavam duros de um produto usado para puxar um coque bem no topo da cabeça e liberar a área de trabalho de qualquer fio perdido. Eu tinha hematomas abaixo dos olhos e na testa, mas estava tudo ok! Viva! Agora era dar tempo ao tempo e tudo ficaria bem.
A recuperação
Minhas orelhas foram o ponto mais crítico. Grande parte do lifting é feito em direção às orelhas e é onde ficam a maioria dos pontos. Confesso que uma delas me preocupou – ficou muito quente, inchada e com vermelhidão. Não foi uma nem duas vezes que pensei se ela iria necrosar… socorro! Felizmente, não tinha infecção e com o passar do tempo ela foi voltando ao normal. Felizmente!
No 3o dia eu já podia lavar os cabelos – com todo cuidado porque alguns pontos estavam escondidos no meio deles. Até a remoção dos pontos usei um shampoo bactericida para reduzir o risco de contaminação nas incisões.
Hematomas assustadores
No terceiro dia, livre das bandagens e de banho tomado, meu rosto era assustador com hematomas muito roxos ao redor dos olhos e parte da testa. Até meu cirurgião ficou impressionado porque, segundo ele, não era muito comum.
Foi um baque para meu marido e eu, me ver daquele jeito. Ficamos assustados e meio quietos naquele dia. Para ser sincera, eu me deprimi um pouco, mas, os dias foram passando, os hematomas foram cedendo, muito lentamente, mas cedendo.
Trinta dias depois da cirurgia, eu ainda tinha sutis hematomas* abaixo dos olhos. No total, foram 45 dias até que eles desaparecessem por completo, embora a previsão fosse de 15 dias.
*Provavelmente, meus hematomas foram tão intensos e persistentes devido a hemocromatose hereditária, uma alteração genética que eu tenho onde o corpo não elimina o excesso de ferro do sangue. Acredito que foi por isso mesmo...
Quanto dura o efeito do lifting?
Dizem que os resultados de uma cirurgia plástica no rosto podem durar até 10 anos. Não foi assim para mim. Cinco anos depois do procedimento eu já percebia a pele cedendo de novo. Esse tempo vai variar de pessoa a pessoa, mas o envelhecimento é um processo contínuo, não tem jeito. Nesse momento é importante escolher por parar ou prosseguir com os procedimentos. É fácil ficar refém das cirurgias e acabar desfigurando o rosto se esticando demais.
Cinco anos depois
Faz 5 anos do procedimento. As cicatrizes atrás das orelhas ainda me dão sensação de “repuxo” e precisam ser hidratadas regularmente. Numa delas, tenho um ponto cirúrgico perdido que ainda preciso remover. De resto, está tudo ok. Minhas rugas voltaram, como era de se esperar, mas nós estamos em paz.
Hidratantes, séruns, filtro solar e maquiagem são meus melhores amigos.
Fico feliz de ter feito o procedimento aos 55, mas hoje é mais importante investir meu tempo e dinheiro em coisas que me somam em conteúdo e conhecimento. Dizem que a longa existência nos dá sabedoria para escolhas mais valiosas. Afinal, são apenas rugas e eu ainda estou viva!